Hoje, 22 de maio, o oitavo disco solo de Nando Reis, “Drês“, completa 15 anos de lançamento. Acompanhado d’Os Infernais, o álbum saiu pela Universal e a produção ficou a cargo do músico e de Carlos Pontual. Com uma gravação mais enxuta e esmerada, a obra tem a marca que Nando desenvolveu ao longo da carreira, fortemente influenciado pelo rock dos anos 1970.
Segundo Nando Reis, a palavra que dá nome ao álbum pode significar qualquer coisa. Todavia, a interpretação mais lógica é a fusão do apelido “Dri” (diminutivo de Adriana, uma ex-namorada do artista) com a palavra “três”, que é o número de faixas dedicadas a ela no álbum (“Hi, Dri!“, “Driamante” e a faixa-título).
O disco começa com “Hi, Dri!“, dedicada a Adriana Lotaif, com quem teve envolvimento no passado, que tem uma ótima pegada setentista. Já em “Ainda Não Passou” é uma balada que tem a marca registrada de seu autor, com um naipe de metais regidos brilhantemente por Lincoln Olivetti. Na sequência, vem a faixa-título, que tem uma guitarra pesada de Carlos Pontual, e chama atenção pela letra e melodia poéticas de Nando Reis. Depois, em “Conta“, o cantor presta um tributo à sua mãe, Cecília, que morrera em decorrência de um câncer quando ele ainda fazia parte dos Titãs, com uma letra tão sentimental, pessoal e, quem só perdeu a “mulher mais importante” sabe o que é isso. A magistralidade lírica faz parecer uma música de Roberto Carlos. A faixa seguinte, “Só Pra So“, também é dedicada a outra mulher que Nando Reis ama: sua filha Sophia, na época, com 20 anos. A bela presença do órgão na canção dá um charme a mais. E o play chega à metade com “Mosaico Abstrato“, com riffs de guitarras nervosos e letra que o aproxima bastante com a MPB.
A faixa sete é uma das mais belas músicas de Nando Reis: “Pra Você Guardei o Amor“, em que ele faz um ótimo arranjo de vozes com a participação da, na época, emergente Ana Cañas, inspirado em “Helplessly Hoping“, do Crosby, Stills & Nash. O entrelaçamento das vozes dos dois se encaixou perfeitamente para o acústico da música. Não à toa que, vira e mexe, ela aparece no setlist do ruivo. Mantendo a pegada pop romântica, Nando Reis prossegue com “Livre Como Um Deus“, outra bela balada com ótima presença de cordas. A faixa nove é “Driamente“, que encerra a “trilogia” de homenagem a Dri, um rock-pop bacana e com pouca, mas excelente, marca dos metais e um magnífico solo de guitarra de Pontual. Posteriormente, em “Hoje Eu Te Pedi Em Casamento“, que trata de um momento apreensivo na vida de um sujeito em que o passo adiante pode ser incerto e, ao mesmo tempo, excitante. A penúltima música é “Mil Galáxias“, que brinda o ouvinte com uma sonoridade para cima e direta. E, para encerrar, “Baby, Eu Queria“, balada com doses de sentimentalismo em que o eu-lírico parece infeliz pelo rompimento com a amada. Música não aconselhável para quem terminou um relacionamento de forma recente.
Em “Drês“, Nando Reis traz em suas letras sentimentos, saudosismos, romantismos, ao mesmo tempo, roqueiro e inspirador. Mês que vem, no dia dos namorados, o álbum é uma boa sugestão para presentear a/o amada/o.
A seguir, a ficha técnica e o tracklist da obra.
Álbum: Drês
Intérprete: Nando Reis e Os Infernais
Lançamento: 22 de maio de 2009
Gravadora/Distribuidora: Universal
Produtores: Nando Reis e Carlos Pontual
Nando Reis: voz e violão
Carlos Pontual: guitarra
Alex Veley: teclados
Felipe Cambraia: baixo
Diogo Gameiro: bateria
Ana Cañas: voz em “Pra Você Guardei o Amor“
Lincoln Olivetti: arranjos de metais
1. Hi, Dri! (Nando Reis)
2. Ainda Não Passou (Nando Reis)
3. Drês (Nando Reis)
4. Conta (Nando Reis)
5. Só Pra So (Nando Reis)
6. Mosaico Abstrato (Nando Reis)
7. Pra Você Guardei o Amor (Nando Reis)
8. Livre Como Um Deus (Nando Reis)
9. Driamente (Nando Reis)
10. Hoje Eu Te Pedi em Casamento (Nando Reis)
11. Mil Galáxias (Nando Reis)
12. Baby, Eu Queria (Nando Reis)
Por Jorge Almeida
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